segunda-feira, 3 de maio de 2010

Se o Joaquim fosse nobre e vivesse na Idade Média

Eu sou um Rei da Idade Média, sou D. Joaquim III, filho de D. Joaquim II e de D. Carla de Oliveira. Vivo numa fortaleza, numa terra muito distante, em que a erva é verde, a água límpida, o céu azul e onde os animais selvagens vagueiam calmamente pelas densas florestas de coníferas. O meu reino é calmo, com uma economia boa e estável e foi há muitos anos a última vez que entrou em guerra, ainda antes do meu reinado. Dividi o reino em dez condados que atribuí a nobres e cavaleiros da minha confiança, que me apoiaram nas decisões a tomar: o Condestável Nuno Rodrigues, O Veloz, o Conde César Magarinho, O Grande, o juiz Tiago Pereira, também conhecido por Tiago das Leis, o Cavaleiro Miguel Picoto, O Amistoso, o Condestável Miguel Vasconcelos, o Comandante, o Conde Jorge Amorim, o Matador, o explorador Alex Leles, O Viajante, o Doutor João Parente, o Pensador, o Conde João Mendes, o Perguntador, e o Cavaleiro Fernando, O Contente. Cada condado tem de obedecer às minhas ordens e prestar-me auxílio militar. Também cada chefe de condado tem de estar presente nas minhas cortes, que se realizam no Salão Mestre do meu palácio de arenito escurecido pelo sol e pelo tempo.
O meu palácio, grande e luxuoso, tem uma parte de habitação, em que me entretenho a comer, a praticar tiro ao arco, a fazer banquetes e a discutir assuntos do reino, e outra que serve para o treino militar, com cavalariças, onde guardo o meu cavalo branco de crinas castanhas e o armamento geral da fortaleza. Reúno aí também as minhas tropas e os meus conselheiros e amigos para preparar caçadas. Tem três salões principais, a Sala de Jantar, onde realizo os meus banquetes e espectáculos, o Salão Mestre, onde decido juntamente com as minhas cortes os assuntos do reino e a Sala das Armas, onde guardo o meu armamento pessoal.
Chegado certo dia decido fazer uma caçada com os meus fiéis condes. Mandei um mensageiro avisar os nobres para virem ter ao meu palácio e trazerem o seu cavalo para a caçada. O primeiro a aparecer às portas do castelo, montado no seu cavalo veloz, castanho, malhado de preto, foi o Condestável Nuno, seguido do Conde César, O Grande, montado no seu possante cavalo negro, que mais parecia um boi furioso e peludo. Um dia depois, vindos do estremo norte do reino, chegaram o Condestável Miguel Vasconcelos, no seu cavalo ruivo, o Conde Jorge Amorim, atrás dele, a trote no seu cavalo bege, e, no fim da fila, o Cavaleiro Fernando, feliz, em corrida no seu cavalo cinzento. Passados cinco dias chega uma carroça ao longe, comandada pelo cavaleiro Miguel Picoto e puxada por três cavalos, um deles castanho claro, outro preto com manchas brancas e outro ainda bege com manchas castanhas. Quando a carruagem chegou perto das portas do castelo, dei ordem à sentinela para abrir a porta do castelo; a carroça entrou, parou, o Cavaleiro Picoto desceu, desamarrou os cavalos e da carroça saiu o Doutor Parente com um montante na mão e o Tiago das Leis com a espada que escondia debaixo da capa negra até aos pés. Saudámo-nos todos informalmente e eu mandei o empregado da cavalariça instalar os cavalos dos nobres juntamente com o meu. O sol já se punha no horizonte e eu decidi dar um banquete enquanto esperávamos que chegassem o Explorador Alex e o Conde Mendes.
Durante o banquete, na sala de jantar, comemos carne de javali e cervo com fartura, ouvimos música, histórias, bebemos vinho e cerveja. Estivemos até altas horas naquela sala quadrada requintada, com belos tapetes persas e cabeças de animais de caça a enfeitar as paredes com apliques em ouro, a falar sobre caçadas anteriores e a fazer planos para a caçada que se havia de realizar no dia seguinte. Depois do belo festim, indiquei os quartos a todos os visitantes e recolhemos para descansar; iríamos ter um grande dia pela frente.
No dia seguinte, de manhã, chegaram, dos confins do reino, o explorador montado num puro-sangue cor de creme e o Conde João num garrano castanho e preto. Estávamos todos reunidos na praça principal da parte militar da minha propriedade, conferimos as armas e cada um levava um arco, um punhal e uma espada ou a arma pessoal, se necessário. Os galgos estavam a postos; dirigimo-nos para a floresta dentro dos domínios do meu palácio e soltámos os cães. A corneta soou e começámos todos a cavalgar atrás dos cães para ver o que encontravam. De início os cães apanharam sozinhos um leitão de javali; deixámo-los comê-lo porque era muito pequeno. A caçada continuou e, a certa altura, perdi-me do resto do grupo ao perseguir uma corça até uma clareira. A corça parou, à escuta, e eu peguei no arco, apontei e ia disparar quando a corça desapareceu na floresta e apareceu um urso pardo, muito maior que o meu cavalo que estava parado tão assustado como eu. O urso deu pela nossa presença e investiu sobre mim com uma patada que, por sorte, não me feriu gravemente, mas que me atirou abaixo do cavalo. Este fugiu assim que me viu estendido no chão, inerte. Levantei-me e vi o urso erguer-se sobre mim, assente apenas nas suas patas traseiras; nem pensei, peguei no arco e disparei uma seta para o abdómen que o perfurou ao nível da gordura que esconde debaixo do pêlo. Entretanto chega o Condestável Nuno a correr com um punhal na mão, seguido do Condestável Miguel, do Conde Jorge e dos restantes. Ao verem isto começaram a atacar a fera, esfaqueando-a e espetando-a com setas; o animal acabou por morrer com uma seta disparada pelo Conde Mendes que lhe entrou pela orelha esquerda e saiu pelo olho direito. Depois, todos transportámos a besta para o castelo, exibindo-a como troféu. E assim acaba esta caçada emocionante.
Joaquim Ribeiro, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)

8 comentários:

  1. FOSTE ORIGINAL E ISSO É BOM, ADOREI ESTE TEXTO.
    E LEMBRA-TE Á SEMPRE ESPAÇO PARA AMAR AS LETRAS.

    ResponderEliminar
  2. Há uma coisa a falhar porque o urso devia de te comer!!!
    Mafalda

    ResponderEliminar
  3. Concordo com a mafalda

    ResponderEliminar
  4. Coração de sereia17 de maio de 2010 às 15:46

    AMO ESTE TEXTO E JOAQUIM TENS FUTURO.....

    ResponderEliminar
  5. joaquim + Coração de sereia

    ResponderEliminar
  6. Anónimo um bom comentário nao quer dizer nada.

    ResponderEliminar
  7. concordo com a mafalda e com a coração de sereia é verdade

    ResponderEliminar
  8. tiago
    gostei do texto principalmente já percebi porque me chamaste juis vais ver quem é juis vais levar uma lol e concordo com a mafalda o urso deviate comer xau foi bom

    ResponderEliminar