quinta-feira, 25 de março de 2010

Invasão ao castelo e à cidade de Guimarães

D. Afonso Henriques soube que no dia 25 de Fevereiro fomos ao seu castelo de Guimarães. O problema é que ele não percebeu muito bem quem lá foi e quais eram as suas intenções, considerou que se tratou de uma invasão e, por isso, solicitou informações sobre o sucedido, como se pode ler na seguinte mensagem:

«Caro amigo,
É o teu Rei que te fala. No passado dia 25 de Fevereiro, encontrando-me eu numa batalha contra os muçulmanos, lá para as terras a Sul do Mondego, um exército desconhecido, oriundo de Vila Praia de Âncora, invadiu a minha cidade de Guimarães; e parece que os seus guerreiros até chegaram a entrar no meu castelo, onde se passearam com grande à vontade.
Já pedi um relatório completo ao meu alferes. Quero saber quem cá esteve, o que veio cá fazer e que informações conseguiram recolher… Se souberes de alguma coisa sobre esta “invasão” envia toda a informação. É um assunto da maior importância para o Reino…»

Como vês, o melhor é esclarecermos o nosso Rei sobre o que realmente aconteceu. Proponho-te que faças um relatório completo sobre a nossa visita…

Meu Rei,
De facto vieram a provar-se verdadeiras as vossas informações. No passado dia 25 de Fevereiro, passeou-se na vossa cidade e castelo de Guimarães um grupo de catraios oriundos, segundo consegui saber, da Villa Guntilanis, mas nada de serem guerreiros. Vieram sim apreciar o esplendor do berço da sua nação. Eu próprio os acompanhei e relato-vos o que aprenderam de forma breve, pois os afazeres da contenda contra os mouros a Sul das terras do Mondego é mister mais importante, o qual deve ocupar a vossa atenção.
Pelo que sei, admiraram o Paço dos Duques (que haverá de ser construído no século XV) e ficaram espantados com a grandeza e riqueza de tal construção, com o mobiliário, tapeçarias, armas e outras coisas afins. Estes catraios de Gontinhães apreciaram também o vosso grandioso castelo e a sua vista sobranceira ao campo onde decorreu a Batalha de S. Mamede, que vossa senhoria travou contra a senhora sua mãe; informaram-se ainda de como aqui nasceu o Condado Portucalense, o Berço da sua nacionalidade.
Depois destas, reforçaram as suas forças lá para os lados do Museu de Alberto Sampaio, onde foram presenteados com um Teatro de Marionetas sobre a vossa vida, desde pequenino até agora, como nosso glorioso Rei. Passearam-se, então, pela Praça da Oliveira e aí inteiraram-se de diversas curiosidades sobre esta: a Oliveira do Milagre e a sua Cruz, o Padrão do Salado, a Igreja da Oliveira e sua Torre; viram também a Capela de S. Nicolau e contemplaram os Paços do Concelho, as suas três esferas armilares e os dois Brasões Reais. Acharam curiosa a estátua do “Guimarães”, o guerreiro com duas caras, sendo uma delas na barriga. Viram também o casario da mesma praça e os seus belos alpendres.
Enfim, meu Rei, podeis guerrear com a certeza de que o vosso Reino para os lados do Norte se encontra seguro e estimado por todos os alunos do 5.º ano de Vila Praia de Âncora.
O vosso humilde servo,
Miguel Silva Vasconcelos, 5º A / Nº 19


25 de Fevereiro, Invasão ao Castelo de Guimarães

Excelentíssimo Senhor Rei, D. Afonso Henriques:
Daqui fala um dos membros do exército do 5.º A. Venho comunicar que, de facto, invadimos o vosso castelo, em Guimarães. O nosso exército é constituído por 25 guerreiros, meninos e meninas, e somos comandados pelo General Luís Rêpas II. Fomos vestidos para combater: calças de ganga muito resistentes, sapatilhas de marca Adidas e Nike compradas a um comerciante oriundo de África. Viemos muito bem armados, não encontrássemos muçulmanos pelo caminho… escudos em forma de mochila, espadas afiadas de cor amarela e preta n.º 2.Como suspeitávamos, mais três exércitos vindos também de Vila Praia de Âncora estavam a planear invadir o vosso castelo. Como de cavalo demorava muito tempo a chegar, resolvemos… alugar um autocarro!
Duas horas depois, estávamos em Guimarães. Fomos directos ao vosso castelo que parecia estar desabitado! Foi através do SMS do telemóvel do guerreiro n.º 11 que soubemos que D. Teresa, a senhora vossa mãe, estava com Fernão Peres de Trava em Coimbra.
A nossa invasão foi pacífica; até tivemos o cuidado de bater no portão. Mas uma vez aberto, entrámos todos numa correria louca! A nossa missão era da maior importância: recolher informações, pesquisar e investigar, porque as gentes de Vila Praia de Âncora queriam saber mais sobre castelos.
De facto o vosso castelo é muito bonito, apesar de velho! No seu interior encontrámos vestígios de casas, ficámos a saber que os castelos têm uma torre de menagem e que é lá que Vossa Senhoria dorme quando vem a Guimarães. Também nos explicaram o que são ameias e seteiras (frestas estreitas destinadas ao lançamento de setas).
Na verdade, ninguém estava no castelo, até o vosso alferes tinha ido tomar um café e comer um bolo. Nós, 5.º A, tivemos imensa pena por não poder cumprimentar o Primeiro Rei de Portugal, mas ficaremos gratos se Vossa Senhoria um dia nos quiser visitar.
Com respeitosos cumprimentos do soldado n.º 21 do exército 5.º A


Sua Majestade,
Com a devida vénia lhe endosso os meus mais cordiais respeitos.
De facto fomos invadidos por um pequeno exército de anões, vindo de terras do litoral norte, de uma pequena terra de seu nome Vila Praia de Âncora.
Pensávamos nós que nos vinham atacar quando nos cumprimentaram com a maior simpatia e lealdade. Além de terem visitado o vosso castelo também foram visitar o Paço dos Duques, onde ficaram espantados com toda a sua grandeza e classe. De seguida, dirigiram-se para o museu Alberto Sampaio onde viram uma esplêndida peça de teatro a vosso respeito, que falava da vossa vida desde bebé até este momento. Como vê, vossa Senhoria, ousaram invadir a vossa privacidade. Também puderam fazer um “Pedi Paper” (como eles lhe chamam…) na Praça da Oliveira, onde puderam observar a Igreja Colegiada e apreciar os seus belos sinos. Tiveram também tempo de apreciar os belíssimos alpendres que estão instalados sobre colunas de pedra e muitas outras coisas belíssimas. Apresento-vos só estas duas passagens porque creio que foram as que mais gostaram.
Elogiaram bastante a vossa graciosa cidade e todos os sítios que puderam visitar.
Cumprimentos do vosso alferes (n.º 15).


Carta a D. Afonso Henriques
Meu rei,
É verdade que invadimos as suas terras, mas sem o pretexto de guerrear. Viemos apenas para ver a terra que é o berço da nossa nação. Vimos os principais monumentos, inclusive a capela onde se diz que foi baptizado e o seu castelo.
Começámos por reunir os exércitos no nosso forte, em Vila Praia de Âncora, como é conhecida agora. Ao todo eram quatro exércitos: o 5º A, o 5º B, o 5º C e o 5º D. Agrupámo-nos em dois autocarros, um com o quinto A, e B e outro com o quinto C e D. Demorámos duas horas a chegar às suas terras e, mal chegámos, comemos as nossas provisões pessoais e fomos ver o Paço dos Duques, que virá a ser construído alguns séculos mais tarde. Admirámo-nos com a riqueza do mobiliário, das tapeçarias… Mas a mim admirou-me o penico, onde faziam as suas necessidades que despejavam para a rua!
Depois, partimos para o castelo, que estava vazio e deserto. Será que foi invadido por Mouros? À cautela, subimos à torre da muralha e proclamámos o castelo como nosso. Mas isso teve riscos; o castelo não tinha protecções e com a ventania que se debatia sobre nós quase caímos das muralhas abaixo.
Logo a seguir fomos ao Museu Alberto Sampaio almoçar as provisões fornecidas pela escola. Ficámos lá algum tempo e depois fomos para a Praça da Oliveira fazer um peddy paper onde ficámos a conhecer muitas coisas naquela praça: a Oliveira do Milagre, a Cruz do Milagre, o Padrão do Salado, a Capela de S. Nicolau, a igreja e a sua torre, o casario alpendrado, o guerreiro de duas cabeças…
Depois de todas estas aventuras regressámos da nossa conquista de Guimarães.
Joaquim Pêro Ribeiro


Exmo. Senhor D. Afonso Henriques
É verdade que, no passado dia 25 de Fevereiro, um enorme exército foi a Guimarães. Mas fomos pacificamente (embora, de vez em quando, parecêssemos uns bárbaros).
Fizemos a viagem para Guimarães num pedaço de metal com motor que nós desconhecíamos.
Quando chegámos ao Paço dos Duques (que foi mandado construir por D. Afonso, um vosso descendente, no século XV) saímos desse bicho de metal e corremos como canibais para dentro do palácio (até porque estava a chover…).
Dentro do edifício andámos à vontade e ficámos espantados quanto à falta de higiene que existiu em tempos passados, mesmo por parte dos reis, e com pena das pessoas que eram surdas e que, por não ouvirem o aviso “Água vai”, levavam com necessidades em cima da cabeça. Mas as decorações desse palácio eram belíssimas, e havia tapeçarias nas paredes que mostravam conquistas portuguesas no Norte de África.
Depois fomos ao vosso castelo. Ao subirmos a um dos pontos mais altos avistámos o estádio do Guimarães e algumas pessoas chegaram a sugerir que foi aí que se realizou a batalha de S. Mamede (D. Afonso Henriques 2 – D. Teresa 0).
Mas o pior foi quando fomos ao teatro de marionetas sobre a vossa ilustre vida. Aí sim, houve uma guerra chamada “Guerra pelo lugar espaçoso com vista fantástica para o teatro”.
De seguida fizemos um pedy paper na praça da Oliveira onde descobrimos muitas coisas. No fim voltámos para Vila Praia de Âncora no bicho de metal.
Nuno, nº 22, do exército do 5º A


Diário da Visita de Estudo à cidade de Guimarães

No passado dia 25 de Fevereiro de 2010 as turmas do 5.º ano realizaram uma visita de estudo à cidade de Guimarães, berço de Portugal. Em primeiro lugar fomos ao Paço dos Duques, mandado construir no século XV por D. Afonso, 1.º duque de Bragança. Quando lá chegámos fomos ver duas salas, nas quais estavam representados todos os Presidentes da República. Eis os nomes dos dezasseis presidentes:
> Manuel de Arriaga – nascido na Horta, Faial, presidiu entre 1911 e 1915.
> Teófilo Braga – nasceu em Ponta Delgada e presidiu em 1915.
> Bernardino Machado – nasceu no Rio de Janeiro e presidiu de 1915 a 1917 e de 1925 a 1926.
> Sidónio Pais – nasceu em Caminha e presidiu entre 1917 e 1918.
> João do Canto e Castro – nasceu em Lisboa e presidiu entre 1918 e 1919.
> António José de Almeida – nasceu em Vale da Vinha, Penacova, e presidiu entre 1919 e 1923.
> Manuel Teixeira Gomes – nasceu em Vila Nova de Portimão e presidiu de 1923 a 1925.
> Óscar Carmona – nasceu em Lisboa e presidiu entre 1926 e 1951.
> Francisco Craveiro Lopes – nasceu em Lisboa e presidiu de 1951 a 1958.
> Américo Tomás – nasceu em Lisboa e presidiu entre 1958 e 1974.
> António de Spínola – nasceu em Estremoz e presidiu em 1974, após o 25 de Abril.
> Francisco Costa Gomes – nasceu em Chaves e presidiu entre 1974 e 1976.
> António Ramalho Eanes – nasceu em Castelo Branco e presidiu entre 1976 e 1986.
> Mário Soares – nasceu em Lisboa e presidiu entre 1986 e 1996.
> Jorge Sampaio – nasceu em Lisboa e presidiu de 1996 a 2006.
> Aníbal Cavaco Silva – nasceu em Boliqueime, Loulé, e preside desde 2006.

Curiosidade: este ano a República faz cem anos.

Seguidamente, visitámos outra sala que, na altura, era uma sala de espera chamada a Sala dos Passos Perdidos, pois as pessoas andavam por lá de um lado para o outro. As pessoas também lá iam para pedir conselhos ao duque D. Afonso. Nas paredes havia umas tapeçarias que representavam a tomada de cidades no Norte de África. A Sala das Armas tem machados, espadas, bestas (têm a mesma função que o arco e a flecha), armaduras, cotas de malha, lanças, canhões e outros objectos de guerra. Havia também uns panos na parede que serviam de coberturas para os cavalos. Visitámos ainda uma Capela Particular onde D. Constança passava a maior parte do seu tempo a rezar as suas orações. Naquela capela, havia várias imagens, mas as principais eram as de D. Afonso (1.º duque de Bragança), D. Afonso Henriques, Cristo e D. Constança. Logo a seguir, fomos a uma sala que era muito parecida com a sala dos passos perdidos. A seguir a esta sala havia a antecâmara que era onde as pessoas se vestiam. Mesmo ao lado desta sala havia a câmara que era onde as pessoas dormiam. Nesse tempo os casais dormiam em quartos separados e as camas eram pequenas, pois, na altura, as pessoas achavam que se dormissem estendidas a morte chegava mais depressa. As pessoas desse tempo também achavam que se tomassem banho todos os dias a pele ia secando e ia-se gastando, por isso só o faziam de tempos a tempos e vestidos com uma túnica. Quando fomos ao quarto de D. Catarina Henriqueta, a duquesa de Bragança, ficámos a saber que foi ela quem levou o chá para Inglaterra, onde casou com o rei D. Carlos II. Após sairmos do Paço dos Duques fomos à capela de S. Miguel, edificada no século XII, onde, segundo a tradição, se diz que D. Afonso Henriques foi baptizado. Seguidamente, fomos ao Castelo de Guimarães e aí observámos que ainda havia vestígios de casas, bem como uma torre de menagem com seteiras, para os soldados atirarem setas aos inimigos sem serem atingidos. Quando saímos do Castelo de Guimarães fomos logo para o Museu Alberto Sampaio, onde almoçámos e assistimos a um teatro de marionetas intitulado «Afonso Henriques, um rei a valer!», que narrava toda a sua vida. Depois de termos deixado o Museu Alberto Sampaio, realizámos um peddy-paper («À Descoberta da Praça de Oliveira»), onde tínhamos de descobrir o património histórico e monumental desta praça a partir de um conjunto de pistas reunidas num pequeno livro. Esta praça é das mais antigas de Guimarães. Foi conhecida por Praça de Santa Maria e hoje tem o nome de Praça da Oliveira. Esta mudança de designação deve-se a um milagre da Virgem Maria, o Milagre da Oliveira, que se passou no século XIV, onde a oliveira seca reverdeceu. Desta forma, concluímos a nossa visita e ficámos melhor informados acerca das pequenas histórias que fazem parte da grande História do nosso país. Adorei esta visita… e espero realizar outras do mesmo género!
Mafalda, 5.ºA (E.B. de Vila Praia de Âncora)