quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Fuga

– Vinde donzela – chamava o cavaleiro enquanto começava a escalar as paredes do buraco.
O buraco era grande, profundo, e estava mergulhado num inferno de labaredas. Os namorados tentavam trepar as paredes escarpadas do fosso.
– Nunca conseguirão fugir! Irão sentir a minha fúria! – gritava o feiticeiro tentando apanhá-los.
– Depressa, cavaleiro! – avisava a donzela.
Começaram a escalada rapidamente, pois a pedra queimava. O mágico, enfurecido, gritava enquanto lhes lançava relâmpagos.
– Não tenha medo – tranquilizou-a o cavaleiro. – Eu tratarei dele.
Desembainhou a espada e com muita perícia reflectiu os raios lançados pelo bruxo. Continuavam a subir, aproximando-se da superfície, mas estavam muito cansados. Pararam numa saliência rochosa, mas por pouco tempo, porque o feiticeiro lançou pedras sobre a saliência com o intuito de a partir.
– Não aguentaremos muito tempo! – avisou a donzela.
E continuaram a escalada, esquivando-se das pedras lançadas pelo mágico. Finalmente avistaram a claridade do dia.
– Subi, donzela – incentivou o cavaleiro impulsionando-a para cima.
A donzela já estava livre, mas, inesperadamente, o feiticeiro, com uma poderosa magia, puxa o cavaleiro para dentro do buraco. O cavaleiro antecipa-se e, com o impulso da queda, trespassa o corpo do feiticeiro com a sua espada.
– Cavaleiro! – chamava a donzela, mas ele já não lhe conseguiu responder.

Joaquim Ribeiro, 6.º A (E. B. de Vila Praia de Âncora)

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